A Articulação entre Objetividade e Subjetividade nos Textos Antropológicos: contribuições da escrita literária para a construção de saberes antropológicos
Palabras clave:
Escrita Antropológica, Escrita Literária, Subjetividade, ObjetividadeResumen
Esse texto tem como ponto inicial considerações pessoais desenvolvidas a partir de reflexões sobre a relação dialógica entre Antropologia e Literatura. Parto da ideia de que a elaboração de conhecimentos em antropologia ganha especificidade no fato de se basear em grande parte na experiência subjetiva do pesquisador, que constrói seu trabalho de campo numa interrelação entre sua experiência pessoal e a de seus vários interlocutores. Isto me leva a interrogar o lugar da narração biográfica na escrita de um relato antropológico. Nesse artigo, defenderei que, na elaboração de um texto antropológico, a “subjetividade” pode ser pensada como “estilo objetivo” e que o recurso à escrita literária é um domínio rico para se pensar tal ponto, notadamente quando se considera, como Bastide, que a expressão poética é uma “forma de exatidão científica “.
Citas
American Anthropological Association. AAA Responds to Public Controversy
Over Science in Anthropology. American Anthropological Association/
Press Releases, 2010. Disponível em http://www.aaanet.org/issues/press/AAAResponds-to-Public-Controversy-Over-Science-in-Anthropology.cfm.
Acesso em 23 de
abril de 2011.
BASTIDE, Roger. A propósito da poesia como método sociológico, in
QUEIROZ, M. I. P. de (org.) Roger Bastide. São Paulo: Ática, 1983 (1946).
p. 81-87.
BECKER, Howard. Falando da sociedade: ensaios sobre as diferentes maneiras
de representar o social. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
BOURDIEU, Pierre. Travail et travailleurs en Algérie. Paris, La Haye: Mouton
& Co, 1963.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.
DA MATTA, Roberto. Conta de mentiroso: sete ensaios de antropologia
brasileira. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
FAVRET-SAADA, Jeanne. Les mots, la mort, les sorts. La sorcellerie dans le
Bocage. Paris: Gallimard, 1977.
GERRTZ, Cliff ord. Obras e vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro:
Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2002 (1988).
JOHANNES, Fabian. Le temps et les autres: comment l’anthropologie construit
son objet. Toulouse: Anacharsis, 2006 (1983).
LE MENER, Erwan. Le sociologue comme auteur. Tracés. Revue de
Sciences humaines, Lyon, vol. 4, 2003. Disponível em:
revues.org/3853>. Acesso em 04 junho de 2012.
MARCUS, George E. A estética contemporânea do trabalho de campo
na arte e na antropologia: experiências em colaboração e intervenção, in:
BARBOSA, A., TEODORO DA CUNHA, E. e HIKIJI, R. S. G. (orgs.)
Imagem-conhecimento. São Paulo: Papirus Editora, 2009. p 13-32.
MINTZ Sidney. Encontrando Taso, me descobrindo. Dados – revista de
Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 27, n.1, p. 45-58, 1984.
MONDADA, Lorenza. La construction discursive des objets de savoir
dans l’écriture de la science. Réseaux, Paris, vol.13, n°71, 1995. Disponível
em: <http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/reso_0751-7971_1995_
num_13_71_2691>. Acesso em 04 junho de 2012.
WOOD, Peter. Anthropology Association Rejecting Science. Th e Chronicle
of Higher Education, Washington, 29 de nov. de 2010. Disponível em
chronicle.com/blogs/innovations/anthropology-association-rejecting-science/27936>.
Acesso em 23 de abril de 2011.
Descargas
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).