A Produção da Verdade Narrativa nos Diários da Descoberta da América e no Relato das Aventuras de Dom Quixote de la Mancha
Palabras clave:
Viagens Narrativas, Regime Discursivo, Construção/Produção da VerdadeResumen
A busca da verdade se constitui como uma ideia dominante na civilização ocidental. Entretanto, essa ideia nem sempre esteve presente; ela surge em um momento histórico determinado, quando certas técnicas de descoberta da verdade são deixadas de lado, e a construção da verdade torna-se imperativa. Neste artigo, pretende-se examinar uma dentre as rotas estabelecidas pelas narrativas no Ocidente, as narrativas de viagem, tendo como porto de origem a mudança de regime discursivo operada na época das grandes navegações. Uma viagem refere-se aos Diários da descoberta da América, de Cristóvão Colombo, momento de demarcação e estabelecimento de fronteiras temporais-espaciais: fronteiras geográficas, políticas, econômicas, culturais, físicas e espirituais. Como contraponto, outra viagem, As aventuras do ingenioso hidalgo Dom Quixote de la Mancha, momento em que o universo a ser conhecido se desdobra em um mundo de signos e de rastros. Estratégias diferentes de produção da verdade são empreendidas nestes momentos em que o mundo se configura como um espaço infinitamente grande, mas passível de conhecimento, em contraposição ao espaço limitado do mundo medieval, comandado por imenso poder ininteligível.
Citas
AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel de. Teoria da literatura. 3ª edição. Revista
e aumentada. Coimbra: Livraria Almedina, 1979.
AUERBACH, Erich. Mimes. A representação da realidade na literatura
ocidental. 2ª edição. Revisada. São Paulo: Perspectiva, 1976.
BARNES, Julian. O sentido de um fi m. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de La Mancha. Real Academia
Española /Associación de Academias de la lengua española. San Pablo: Prol
Gráfi ca, 2004.
CERVANTES, Miguel de. Dom Quixote de la Mancha. São Paulo: Abril
Cultural, 1978.
COLOMBO, Cristovão. Diários da Descoberta da América – As quatro viagens
e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1986.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Lisboa: Portugália Editora, s. d.
.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Série Letras e Artes –
/74. Cadernos da PUC-RJ. Rio de Janeiro, PUC-RJ, 1979.
FOUCAULT, Michel. Palestra (Hospital Santa Clara, 30/05/1973, Belo
Horizonte, Minas Gerais). In: Extensão. Cadernos da Pró-Reitoria em Extensão
da PUC-MG, v. 2, n.1, Belo Horizonte, Minas Gerais, 1992.
FRANCO, Afonso Arinos de Melo. O índio brasileiro e a Revolução Francesa:
as origens brasileiras da Teoria da Bondade Natural. Rio de Janeiro: J.
Olympio, Brasília, INL, 1976.
HAUSER, Arnold. Historia social da literatura e da arte. Vol. 1: 4ª edição. São
Paulo: Mestre Jou, 1982. Vol. 2: 2ª edição., 1972.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. A visão do paraíso. São Paulo: Nacional/
EDUSP, 1969.
LE GOFF, Jacques. La naissance du purgatoire. Paris: Gallimard, 1985.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In: Antropologia Estrutural Dois.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976.
LÉVI-STRAUSS. A antropologia diante dos problemas do mundo moderno. São
Paulo: Companhia das Letras, 2012.
MAHN-LOT, Marianne. A descoberta da América. São Paulo: Perspectiva,
SCHOLLAMMER, Karl Erik. O Olhar antropológico ou O fi m do exótico.
In: Idem. Além do visível: o olhar da literatura. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.
SILVA, Hélio R. S. Andar e ver. In: Horizontes Antropológicos, Porto
Alegre, ano 15, nº 32, p.171-188, jul/dez. 2009.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América. A Questão do Outro. São
Paulo: Martins Fontes, 1988.
Descargas
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).