A MAÇÃ ENVENENADA: GESTOS DE AUTOR, CORPO E OBRA ENTRE HERBERTO HELDER E KURT COBAIN
Abstract
O presente artigo discute o romance A maçã envenenada (2013) do escritor brasileiro Michel Laub, com vistas à discussão de fenômenos relativos aos conceitos de autor e obra, suscitados pelo texto literário contemporâneo, de modo que os limites entre um e outro se vejam contemporaneamente borrados, confusos ou virtualmente obliterados. Esses fenômenos tornam-se relevantes na obra do romancista, uma vez que sua escrita de cunho intimista joga com os limites do confessional, do historiográfico e do literário, entre as possibilidades de objetividade e subjetividade na linguagem. Outros operadores necessários, como os de corpo, gesto e morte (concernentes aqui no que diz respeito àquilo que é propriamente literário ou artístico, embora não limitados a isto), entram em questão com a inserção de diálogos paralelos entre o romance de Laub, a escrita do poeta português Herberto Helder e a vida e obra do cantor norte-americano Kurt Cobain. O debate é também mediado pelas discussões prévias de autores como Michel Foucault, Roland Barthes, Rosa Maria Martelo e, principalmente, Giorgio Agamben.Riferimenti bibliografici
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