Da filosofia do espírito como filosofia da liberdade enquanto abertura ao debate religioso na América Latina caribenha
Palavras-chave:
Filosofia da Liberdade, Filosofia do Espírito, Filosofia da Educação, Filosofia da Religião, Filosofia da Libertação, Teologia da LibertaçãoResumo
A formulação filosófica de Farias Brito no Brasil e Francisco Romero na Argentina, entre os séculos XIX e XX
toca os mesmos temas: consciência, liberdade e existência. Ambos estão na América Latina Caribenha onde a
atmosfera do pensamento hegemônico do Positivismo se impõe em oposição a uma tradição vinda da Segunda
Escolástica Ibérica, da Monarquia e da Religião instituída. Também, ambos, influenciados por uma tradição
alemã - Brito por Kant e Schopenhauer e Romero por Husserl, Scheler e Hartmann – formulam o que pode ser
chamado de Filosofia do Espírito enquanto Filosofia da Liberdade. Se até o século XIX, o tema da religião foi
elaborado pela Escolástica tanto hispânica quanto lusa, com o advento do Positivismo, a Religião estabelecida
entra em seu processo de problematização, juntamente com o regime político. No entanto, será com a presença
do pensamento germânico na cultura latino-americana que o tema será recolocado, só que agora em um ambiente
laico, marcado pelos valores do Positivismo e da República. A hipótese deste trabalho é que a formulação da
Filosofia do Espírito enquanto Filosofia da Liberdade, formulada por Farias Brito e Francisco Romero,
constituem-se as bases no Continente Latino Americano Caribenho para a formulação de uma Filosofia da
Religião em perspectiva, agora, não mais escolástica, mas germânica. O trabalho se move no âmbito da pesquisa
teórica e em diálogo com as questões étnicas e históricas constitutivas do Continente Latino Americano
Caribenho e, ao mesmo tempo, procura nexos com a Filosofia da Libertação, com a Teologia da Libertação e
com a Pedagogia da Libertação.
Referências
ACERBONI, Lidia. A Filosofia Contemporânea no Brasil. São Paulo: Editorial Grijalbo Ltda., 1969.
ARGUEDAS, José Maria. Os Rios Profundos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
BARROS, Roque Spencer Maciel de. A Ilustração Brasileira e a Ideia de Universidade. São Paulo: Convívio: Editora da Universidade de São Paulo, 1986.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. 3ª. Impressão. São Paulo: Paulus, 2004.
CERUTTI GULDBERG, Horácio Victorio. Filosofía de la Liberation Latino Americana. México, D.F.: Tierra Firme, 1983.
DICIONÁRIO DE FILOSOFIA con Autores y Temas Latino Americanos. Bogotá: Editorial El Buho, 1986.
DUSSEL, Enrique/MENDIETA, Eduardo/BOHÓRQUEZ, Carmen (Editores). El Pensamiento filosófico latinoamericano, del Caribe y “latino” [1300-2000]: Historia/Corrientes/Temas/Filósofos. México: Editora XXI, 2011.
DUSSEL, Enrique. Filosofía de la Liberación. Buenos Aires: Asociación Ediciones La Aurora, 1985.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da Libertação na América Latina. São Paulo: Edições Loyola: Piracicaba: Editora UNIMEP: S/D.
DUSSEL, Enrique. Historia General de la Iglesia en America Latina. Tomo I/1. Introducción General a la Historia de la Iglesia en America Latina. Salamanca. CEHILA: Ediciones Sígueme, 1983.
FARIAS BRITO, Raimundo de. Finalidade do Mundo – Estudos de Filosofia e Teleologia Naturalista – 1º. Volume. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais Ltda.: Instituto Nacional do Livro, 1957.
FRANCA, Leonel S.J.. Noções de História da Filosofia. 23ª. Edição. Livraria Agir Editora, 1987.
FREYRE, Gilberto. Ordem e Progresso: Processo de Desintegração das Sociedades Patriarcal e Semipatriarcal no Brasil sob o Regime de Trabalho Livre: Aspectos de um Quase Meio Século de Transição do Trabalho Escravo para o Trabalho Livre; e da Monarquia para a República. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.
FREYRE, Gilberto. Perfil de Euclides e outros perfis. 2ª. Edição aumentada. São Paulo: Record, 1987.
GUY, Alain. Panorama de la Filosofía Iberoamericana: Desde el Siglo XVI hasta nuestros dias. Maracaíbo, Venezuela: Universidade Católica Cecílio Acosta: Ediciones Astro Data, S.A., 2002.
GUIMARÃES, Aquiles Côrtes. O tema da Consciência na Filosofia Brasileira. São Paulo: Editora Convívio, 1982.
KANT, Immanuel. LOGIK - WERKE – Band III. Deutschland: WBG, Vissen Verbindet: 2011.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. Tomo IV. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
MORENO, César Fernández. América Latina em sua Literatura. São Paulo: UNESCO: Editora Perspectiva, 1972.
NOGUEIRA, Alcântara. Farias Brito e a Filosofia do Espírito. Rio de Janeiro/São Paulo: Livraria Freitas Bastos S/A. 1962.
PAIM, Antonio. O Estudo do Pensamento Filosófico Brasileiro. 2ª. Edição revista e ampliada. São Paulo: Editora Convívio, 1986.
PLANT, Raymond. HEGEL. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
RABELLO, Sylvio. Farias Brito ou Uma Aventura do Espírito. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1967.
ROMERO, Francisco. Filosofía Contemporánea: Estudios y Notas. 3ª. Edición. Buenos Aires: Editorial Losada, S.A., 1953
SALAZAR BONDY, Augusto. Existe una Filosofía de nuestra América? 11a. Edición. México: Siglo Veintiuno Editores, 1988.
SÁNCHEZ, María Cecilia. Institucionalización de la Filosofía. IN: Boletín de FILOSOFIA. Universidad Católica Blas Cañas. No. 9/1997-1998/Volume 3.
VITA, Luís Washington. Momentos Decisivos do Pensamento Filosófico. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1964.
VITA, Luís Washington. Compêndio de Filosofia. 2ª. Edição. São Paulo: Edições Melhoramentos,1955.
ZEA, Leopoldo. (Coordinación e introducción). América Latina en sus Ideas. México: UNESCO: Siglo Veintiuno Editores, 1986.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).