“Aqui é de puta pra baixo”
as mulheres na porta de entrada do sistema de justiça criminal
DOI:
https://doi.org/10.36517/rcs.54.2.d05Palavras-chave:
Política Pública, Audiências de Custódia, Direitos HumanosResumo
Este artigo se centrará na descrição e análise sobre como as audiências de custódia têm sido executadas especificamente para as mulheres. Para isso, procurei olhar duas perspectivas, que demonstram, de um lado, o mundo por quem vive e, por outro, o mundo por quem julga: 1) os relatos de campo, dados por mulheres que viveram as audiências de custódia, seja como familiares ou custodiadas, para entender como aquele espaço tem se configurado para elas; 2) uma análise qualitativa das decisões de indeferimento do HC coletivo dadas em audiência de custódia ou logo após. Esses dados foram produzidos a partir da leitura de processos criminais iniciados contra mulheres presas em flagrante e o acesso foi autorizado pelo Núcleo de Apoio ao Preso Provisório da Defensoria Pública (Nucapp/DPERJ). Busquei, com isso, compreender o que está em jogo para e sobre as mulheres na porta de entrada da justiça criminal e o que se disputa dentro da execução de uma política pública que surge para salvaguardar Direitos Humanos.
Referências
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal. 6. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2011
BARLETTA, Junya Rodrigues. A prisão provisória como medida de castigo e seus parâmetros de intolerabilidade à luz dos direitos humanos. 441f. Tese (Doutorado em Direito) – Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2014
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Pacto de São José da Costa Rica, 1969. Disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose
FLORES, Joaquín Herrera. Teoria crítica dos direitos humanos: os direitos humanos como produtos culturais. Lumen Juris, 2009.
GIULIANI, Marcela; BUDÓ, Marília de Nardin; KOHLER, Natalia Selma. Cárcere e Maternidade: a dupla penalização de mães e filhos. Revista Interação. Vol. 10, ed. 01, jan/jun, 2019:91-104
PAIVA, Caio. Audiência de custódia e o processo penal brasileiro. Florianópolis: Empório do Direito, 2015
OVALLE, Luiza Aragon. A memória que não leva à justiça: uma etnografia das moralidades e discursos presentes no Tecnólogo em Segurança Pública e Social da Universidade Federal Fluminense. Tese (Doutorado). Departamento de Antropologia, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2018
MATTAR, Laura Davis e DINIZ, Carmen S. Grilo. Hierarquias reprodutivas: maternidade e desigualdades no exercício de direitos humanos pelas mulheres. Revista Interface – Comunicação, Saúde, Educação. V.16, n.40, p.107-119, jan-mar, 2012
XXI ASSEMBLEIA-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, 1966. Aderido pelo Brasil em 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0592
TRINDADE, Yasmin Rodrigues; FIGUEIRA, Luiz Eduardo. Entre crimes, documentos e corpos custodiados: as rotinas de trabalho na Central de Audiências de Custódia do Rio de Janeiro. Antropolítica-Revista Contemporânea de Antropologia, 2021.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. Tradução de Sérgio Lamarão. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007. 224 p. (Coleção Pensamento Criminológico)
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).