O Mutualismo entre Liberal-Conservadorismo e Fascismo
Disputa ideológica e cenário político do Brasil contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.36517/rcs.53.1.d03Palabras clave:
Ideologia, Liberal-conservadorismo, Fascismo, BrasilResumen
O objetivo do artigo é analisar a dimensão ideológica no Brasil contemporâneo a partir da identificação de uma sobreposição de ideologias na sociedade brasileira, que se tornou hegemônica a partir das eleições de 2018. O artigo combina discussão teórica com evidências factuais. Partimos de uma discussão epistemológica acerca do conceito de ideologia, categorizamos o fascismo e o liberal-conservadorismo e analisamos a evolução das disputas entre diferentes vertentes ideológicas, protagonizadas pela esquerda social-democrata e a direita neoliberal, na história recente do país. Concluímos, finalmente, que o quadro político brasileiro atual é resultado do mutualismo entre o liberal-conservadorismo e o fascismo.
Citas
BOITO JR., A. (2020), Por que caracterizar o bolsonarismo como neofascismo. Crítica Marxista, 50 (1), p. 111–119. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/dossie2020_05_26_14_12_19.pdf. [consultado em 25 set. 2020].
BOTTOMORE, T. (2012a), Fascismo. In T. Bottomore (ed.), Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro, Zahar, p. 217-218.
BOTTOMORE, T. (2012b), Socialdemocracia. In T. Bottomore (ed.), Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro, Zahar, p. 497–499.
CASARA, R. R. R. (2018), Estado pós-democrático: neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
CAVALCANTE, S. (2020), Classe média e ameaça neofascista no Brasil de Bolsonaro. Crítica Marxista, 50 (1), p. 121–130. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/dossie2020_05_26_14_14_34.pdf. [consultado em 25 set. 2020].
CAVALCANTE, S.; ARIAS, S. (2019), A divisão da classe média na crise política brasileira (2013-2016). In P. Bouffartigue et al. (eds.). O Brasil e a França na mundialização neoliberal: mudanças políticas e contestações sociais. São Paulo, Alameda.
EAGLETON, T. (2019), Ideologia: uma introdução. São Paulo, Boitempo.
ECO, U. (2018), O fascismo eterno. Rio de Janeiro, Record.
FARRANT, A.; MCPHAIL, E.; BERGER, S. (2012), Preventing the “Abuses” of Democracy: Hayek, the “Military Usurper” and Transitional Dictatorship in Chile? American Journal of Economics and Sociology, 71 (3), p. 513–538. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1536-7150.2012.00824.x. [consultado em 3 abr. 2021].
HALL, S. et al. (1978), Policing the crises. Londres, The McMillan Press.
HARVEY, D. (2008), O neoliberalismo: história e implicações. São Paulo, Loyola.
HEYWOOD, A. (1992), Political ideologies: an introduction. (5. ed.). Houndmills, Basingstoke, Hampshire ; New York, Palgrave Macmillan.
HOBSBAWM, E. J. (1995), Era dos extremos: o breve século XX (1914 – 1991). (2. ed.) São Paulo, Companhia das Letras.
IANNI, O. (1998) Neoliberalismo e nazi-fascismo. Crítica Marxista, 7, p. 112–121.
KONDER, L. (2009), Introdução ao fascismo. São Paulo, Expressão Popular.
LARRAIN, J. (2012), Ideologia. In T. Bottomore (ed.), Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro, Zahar, p. 271–274.
LENIN, V. I. (2006), Que fazer?: a organização como sujeito político. São Paulo, Martins Fontes.
LIGUORI, G. (2017), Ideologia. In G. Liguori, P. Voza (eds.), Dicionário gramsciano. São Paulo, Boitempo.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: critica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer, Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas, 1845-1846. São Paulo, Boitempo, 2007.
MBEMBE, A. (2016), The age of humanism is ending. 22 dez. [Mail & Gardian - Africa’s best read]. Disponível em: https://mg.co.za/article/2016-12-22-00-the-age-of-humanism-is-ending/. [consultado em 25 set. 2020].
MIGUEL, L. F. (2019), O colapso da democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016. São Paulo, Fundação Rosa Luxemburgo; Editora Expressão Popular.
MONIZ BANDEIRA, L. A. (2016), A desordem mundial: o espectro da total dominação: guerras por procuração, terror, caos e catástrofes humanitárias. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
MOUNK, Y. (2020), The End of History Revisited. Journal of Democracy, 31 (1). Disponível em: https://www.journalofdemocracy.org/articles/the-end-of-history-revisited/. [consultado em 25 set. 2020].
MÜLLER, A.; IEGELSKI, F. (2018), O Brasil e o tempo presente. In: J.L. Ferreira e L. de A.N. Delgado (eds.). O Brasil Republicano – O tempo da Nova República: da transição democrática à crise política de 2016 (1985-2016). Nova edição. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, v. 5.
NEWMAN, M. (2005), Socialism: a very short introduction. Oxford ; New York, Oxford University Press.
PASSMORE, K. (2002), Fascism. Oxford, Oxford University Press.
PEREIRA DA SILVA, F. (2019) América Latina em seu labirinto: democracia e autoritarismo no século XXI. Rio de Janeiro, Ponteio.
PINTO, C. R. J. (2019), A trajetória discursiva das manifestações de rua no Brasil (2013-2015). In: E. Solano e C. Rocha (eds.), As direitas nas redes e nas ruas: a crise política no Brasil. São Paulo, Expressão Popular.
ROCHA, C. (2015), Direitas em rede: think tanks de direita na América Latina. In: S. Cruz, A. Kaysel E G. Codas (eds.). Direita, volver! o retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo, Fundação Perseu Abramo.
ROCHA, C. (2019), “Imposto é roubo!” A formação de um contrapúblico ultraliberal e os protestos pró-impeachment de Dilma Rousseff. In: E. Solano e C. Rocha (eds.), As direitas nas redes e nas ruas: a crise política no Brasil. São Paulo, Expressão Popular.
SCHWARZMANTEL, J. J. (2008), Ideology and politics. London ; Thousand Oaks, CA, SAGE.
STANLEY, J. (2018), Como funciona o fascismo: a política do “nós” e “eles”. Porto Alegre, L & PM.
STOPPINO, M. (2010), Ideologia. In N. Bobbio, N. Matteucci e G. Pasquino (eds.), Dicionário de política. (13. ed.) Brasília, Ed. Univ. de Brasília.
WILLIAMS, R. (2000), Keywords: a vocabulary of culture and society. Nachdr. London, Fontana Press.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).