Ativos fiscais diferidos, qualidade de lucros e seus efeitos nos resultados dos bancos: Evidências no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.19094/contextus.2024.91530Palavras-chave:
bancos; Ativos Fiscais Diferidos; qualidade de lucros; tributosResumo
Contextualização: Os Ativos Fiscais Diferidos (AFD) podem tornar a qualidade de lucros poluída pelo seu uso, pois, os lucros apresentados estarão inflados por esses ativos, resultantes de operações financeiras discricionárias.
Objetivo: Esse estudo teve por objetivo identificar os efeitos dos AFD na perspectiva de qualidade de lucros dos bancos, sendo utilizadas as proxies persistência de lucros, alisamento de lucros e Earning Response Coefficient (ERC).
Método: Os testes empíricos tiveram por base as informações dos relatórios financeiros dos bancos, Banco Central do Brasil (BACEN), Bloomberg e Economatica® de 2017 a 2021, sendo estimados por dados em painel.
Resultados: Os resultados sugerem que, quanto maiores os AFD, maiores serão a persistência de lucros e os lucros inesperados pelo ERC e, menor será o alisamento de lucros.
Conclusões: A perspectiva de qualidade de lucros exibida nos resultados evidencia a validação dos modelos propostos, contribuindo não somente para o tema AFD e a qualidade de lucros, mas, também, a associação do uso discricionário desses ativos como geradores de resultados poluidores dos bancos, sendo constatados, nesse estudo que, os médios apresentaram significância no uso dos AFD para a persistência de lucros, e os pequenos para a persistência e o alisamento de lucros, sendo beneficiados quanto às movimentações de empréstimos concedidos e de estoques de AFD, tornando-os mais persistentes e alisados ao longo do período amostral.
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