Compensações (trade-offs) envolvidas nas práticas de consumo sustentável: Um estudo sobre a percepção dos consumidores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19094/contextus.2022.78225

Palavras-chave:

consumo sustentável, tipo Ideal, trade-offs, sustentabilidade, consumidor

Resumo

Este artigo investigou como os consumidores percebem as compensações (trade-offs) envolvidas no consumo sustentável. Tratou-se de uma pesquisa de campo, exploratória e com abordagem qualitativa, em que foram entrevistadas 9 consumidoras que se autodeclaram adeptas do consumo sustentável. A maioria das entrevistadas estava ciente de que existem trade-offs envolvidos nesse consumo. Porém, observou-se que elas tendem a simplificar os conceitos abordados, enfatizando o aspecto ambiental, em especial, o descarte de resíduos. Essa tendência reflete nas práticas de consumo, muito voltadas para o reuso em detrimento de outros aspectos da sustentabilidade como a economia de recursos e o não-consumo.

Biografia do Autor

Cindy Loureen Bernardo Lima, Universidade federal do Ceará (UFC)

Mestranda em Administração e Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Administração pela Universidade Federal do Ceará (UFC

Érica Maria Caliópe Sobreira, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutoranda em Administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Possui Mestrado em Administração e Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (UFC).        

Ana Paula Moreno Pinho, Universidade federal do Ceará (UFC)

Professora na Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui Doutorado em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Pós-Doutorado em Psicologia Organizacional e do Trabalho pela University Western Ontario (UWO), Canadá.

Áurio Lúcio Leocádio , Universidade federal do Ceará (UFC)

Professor na Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui Doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutorado em Gestão Internacional pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Referências

Angus-Leppan, T., Benn, S., & Young, L. (2010). A sensemaking approach to trade-offs and synergies between human and ecological elements of corporate sustainability. Business Strategy and the Environment, 19, 230-244. https://doi.org/10.1002/bse.675

Appolinário, F. (2006). Metodologia da ciência: Filosofia e prática da pesquisa. Thomson Learning.

Banbury, C., Stinerock, R., & Subrahmanyan, S. (2012). Sustainable consumption: Introspecting across multiple lived cultures. Journal of Business Research, 65(4), 497-503. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2011.02.028

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo, Edição 70.

Brough, A. R., Wilkie, J. E., Ma, J., Isaac, M. S., & Gal, D. (2016). Is eco-friendly unmanly? The green-feminine stereotype and its effect on sustainable consumption. Journal of Consumer Research, 43(4), 567-582. https://doi.org/10.1093/jcr/ucw044

Cahnman, W. J. (1965). Ideal Type Theory: Max Weber's concept and some of its derivations. The Sociological Quarterly, 6(3), 268-280. https://doi.org/10.1111/j.1533-8525.1965.tb01662.x

Calíope, T. S., Bezerra, A. N., & Silva, A.C. (2016). A (In)sustentável leveza do consumo: Ensaio sobre o consumo sustentável como um tipo ideal. In Encontro de Marketing da Anpad, Belo Horizonte, Brasil, 7.

Casadei, P., Gilbert, D., & Lazzeretti, L. (2020). Urban fashion formations in the Twenty‐First Century: Weberian Ideal Types as a heuristic device to unravel the fashion city. International Journal of Urban and Regional Research, 1-18. https://doi.org/10.1111/1468-2427.12961

Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2008). Introduction: The discipline and practice of qualitative research. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Eds.), Strategies of qualitative inquiry (pp. 1-43). Sage Publications, Inc.

Diehl, A. A., & Tatim, D. C. (2004). Metodologia, método e técnicas de pesquisa. In A. A. Diehl & D. C. Tatim (Eds.), Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Prentice Hall.

Duarte, J. (2006). Entrevista em profundidade. In J. Duarte & A. Barros (Eds.), Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação (pp. 62-83). São Paulo: Atlas.

Edfenergy (2020). Benefits of electric cars on the environment. https://www.edfenergy.com/for-home/energywise/electric-cars-and-environment

Filippini, R. (1998). Trade-off and compatibility between performance: Definitions and empirical evidence. International Journal of Production Research, 36(12), 3379-3406. https://doi.org/10.1080/002075498192111

Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo, Atlas.

Godoy, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, 35(2), 57-63. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000200008

Gonçalves-Dias, S. L. F., & Moura, C. (2007). Consumo sustentável: Muito além do consumo “verde”. In Encontro da Anpad, Rio de Janeiro, Brasil, 21. https://doi.org/10.17800/2238-8893/aos.v1n2p61-77

Gonçalves-Dias, S. L. F., & Teodosio, A. S. S. (2012). Controvérsias em torno do consumo e da sustentabilidade: Uma análise exploratória da literatura. Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 1(2), 61-77. https://doi.org/10.17800/2238-8893/aos.v1n2p61-77

Griffiths, R. (2019). Trade-offs becoming a sustainability risk. Environmental Analyst. https://environment-analyst.com/global/76214/trade-offs-becoming-a-sustainability-risk

Gružauskas, V., Baskutis, S., & Navickas, V. (2018). Minimizing The trade-off between sustainability and cost effective performance by using autonomous vehicles. Journal of Cleaner Production, 184, 709-717. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2018.02.302

Hahn, T., Figge, F., Pinkse, J., & Preuss, L. (2010). Trade‐offs in corporate sustainability: You can't have your cake and eat it. Business Strategy and the Environment, 19(4), 217-229. https://doi.org/10.1002/bse.674

Hobson, K. (2002). Competing discourses of sustainable consumption: Does the ‘rationalisation of lifestyles’ make sense? Environmental Politics, 11(2), 95-120. https://doi.org/10.1080/714000601

Kadic-Maglajlic, S., Arslanagic-Kalajdzic, M., Micevski, M., Dlacic, J., & Zabkar, V. (2019). Being engaged is a good thing: Understanding sustainable consumption behavior among young adults. Journal of Business Research, 104, 644-654. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.02.040

Kim, B., & Schuldt, J. P. (2018). Judging the environmental impact of green consumption: Evidence of quantity insensitivity. Journal of Environmental Psychology, 60, 122-127. https://doi.org/10.1016/j.jenvp.2018.10.005

Kostadinova, E. (2016). Sustainable consumer behavior: Literature overview. Economic Alternatives, 2, 224-234.

Luchs, M. G., & Kumar, M. (2017). “Yes, but this other one looks better/works better”: How do consumers respond to trade-offs between sustainability and other valued attributes? Journal of Business Ethics, 140(3), 567-584. https://doi.org/10.1007/s10551-015-2695-0

Luchs, M. G., Brower, J., & Chitturi, R. (2012). Product choice and the importance of aesthetic design given the emotion‐laden Trade‐off between sustainability and functional performance. Journal of Product Innovation Management, 29(6), 903-916. https://doi.org/10.1111/j.1540-5885.2012.00970.x

Luchs, M. G., Naylor, R. W., Irwin, J. R., & Raghunathan, R. (2010). The sustainability liability: Potential negative effects of ethicality on product preference. Journal of Marketing, 74(5), 18-31. https://doi.org/10.1509/jmkg.74.5.018

Luchs, M. G., Naylor, R. W., Rose, R. L., Catlin, J. R., Gau, R., Kapitan, S., ... & Simpson, B. (2011). Toward a sustainable marketplace: Expanding options and benefits for consumers. Journal of Research for Consumers, 19, 1-12. https://ir.lib.uwo.ca/mospub/6

Mont, O., & Plepys, A. (2008). Sustainable consumption Progress: should we be proud or alarmed? Journal of Cleaner Production, 16(4), 531-537. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2007.01.009

Organização das Nações Unidas – ONU (2020). A ONU e o meio ambiente. https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/.

Orsato, R. J. (2006). Competitive environmental strategies: When does it pay to be green? California Management Review, 48, 127-143. https://doi.org/10.2307/41166341

Ottman, J. A., & Paro, M. N. (1999). Marketing verde: desafios e oportunidades para a nova era do marketing. Makron Books Ltda, 18-44.

Paiva, F. G., Júnior, Leão, A. L. M. S., & Mello, S. C. B. (2011). Validade e confiabilidade na pesquisa qualitativa em administração. Revista de Ciências da Administração, 13(31), 190-209. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2011v13n31p190

Sachs, I. (2004). Desenvolvimento: Includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond.

Scherer, L., Behrens, P., Koning, A., Heijungs, R., Sprecher, B., & Tukker, A. (2018). Trade-offs between social and environmental Sustainable Development Goals. Environmental Science & Policy, 90, 65-72. https://doi.org/10.1016/j.envsci.2018.10.002

Sebastiani, R., Montagnini, F., & Dalli, D. (2013). Ethical consumption and new business models in the food industry. Evidence from the Eataly case. Journal of Business Ethics, 114(3), 473-488. https://doi.org/10.1007/s10551-012-1343-1

Sesini, G., Castiglioni, C., & Lozza, E. (2020). New trends and patterns in sustainable consumption: A systematic review and research agenda. Sustainability, 12(15), 5935. https://doi.org/10.3390/su12155935

Severino, A. J. (2007). A pesquisa na pós-graduação em educação. Revista Eletrônica de Educação, 1(1), 31-49. https://doi.org/10.14244/198271994

Silva, P. L. M. (2014). Desenvolvimento Sustentável e suas contradições. Revista Internacional de Ciências, 4(2), 107-119. https://doi.org/10.12957/ric.2014.12593

Slawinski, N., & Bansal, P. (2015). Short on time: Intertemporal tensions in business sustainability. Organization Science, 16(2). https://doi.org/10.1287/orsc.2014.0960

Sobreira, É. M. C., Silva, C. R. M., & Romero, C. B. A. (2020). Do empowerment and materialism influence slow fashion consumption? Evidence from Brazil. Journal of Fashion Marketing and Management: An International Journal, 24(3), 415-435. https://doi.org/10.1108/JFMM-08-2019-0176

Sonntag, W. I., Golze, S., Spiller, A., & Meyer-Höfer, M. V. (2018). There ain't no such thing as a free lunch: Intra-sustainable trade-offs in broiler production from a consumer's perception. German Journal of Agricultural Economics, 67(1), 31-47. https://doi.org/10.22004/ag.econ.309948

Thiry-Cherques, H. R. (2009). Saturação em pesquisa qualitativa: Estimativa empírica de dimensionamento. Revista PMKT, 3(2), 20-27.

Van der Byl, C. A., & Slawinski, N. (2015). Embracing tensions in corporate sustainability: A review of research from win-wins and trade-offs to paradoxes and beyond. Organization & Environment, 28(1), 54-79. https://doi.org/10.1177/1086026615575047

Yin, R. K. (2015). Estudo de Caso: Planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman.

Publicado

2022-05-31

Como Citar

Lima, C. L. B. ., Sobreira, Érica M. C., Pinho, A. P. M. ., & Leocádio , Áurio L. . (2022). Compensações (trade-offs) envolvidas nas práticas de consumo sustentável: Um estudo sobre a percepção dos consumidores. Contextus – Revista Contemporânea De Economia E Gestão, 20, 137–150. https://doi.org/10.19094/contextus.2022.78225

Edição

Seção

Artigos