ENSINO MÉDIO INTEGRADO: acirrar contradições e abrir brechas
DOI:
https://doi.org/10.29148/labor.v2i18.33506Palavras-chave:
Ensino Médio Integrado, Resistência, Contrarreformas,Resumo
Neste artigo propomo-nos a discutir sobre as disputas, concepções e práticas conformatórias ou de resistência que permeiam a relação trabalho e educação no Brasil, tendo como pano de fundo as “contrarreformas” atuais. O objetivo é problematizar como a escola tem se apresentado como terreno complexo e contraditório, ora sendo subestimada na sua importância em relação à experiência concreta do trabalho como princípio educativo, ora sendo superestimada como formadora de profissionais para o mercado de trabalho. A modalidade de Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio (EPIEM), também denominada de Ensino Médio Integrado (EMI), é apresentada como materialidade e como resistência às contrarreformas.
Abstract
In this article we propose to discuss the disputes, conceptions and conformist or resistance practices that permeate the relation work and education in Brazil, having as background the current "counter-reforms". The objective is to problematize how the school has presented itself as a complex and contradictory terrain, sometimes being underestimated in its importance in relation to the concrete experience of work as an educational principle, sometimes being overestimated as a professional trainer for the labor market. The modality of Integrated Professional Education to High School, also denominated Integrated Secondary Education, is presented as materiality and as resistance to the counter-reforms.
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