Trabalhadores migrantes no mercado de trabalho formal brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.29148/labor.v1i25.60691Palavras-chave:
educação; retornos; imigração; Brasil; trabalhoResumo
Na última década, o Brasil viveu um novo ciclo de migração internacional. A população migrante residente no Brasil cresceu cerca de 20%, segundo a Organização Internacional para as Migrações. O objetivo deste artigo é analisar a inserção de trabalhadores estrangeiros no mercado de trabalho formal brasileiro, investigando os retornos à escolaridade dos migrantes em comparação com os nativos e a discriminação positiva ou negativa que pode existir no mercado formal de trabalho. Para a realização da pesquisa deste artigo, é utilizada a base de dados do Relatório Anual de Informações Sociais, que analisa o período de 2010 a 2017. A metodologia de cálculo da taxa de retorno da educação de trabalhadores nativos e estrangeiros é baseada na equação de Mincer. A equação de Mincer é estimada econometricamente, na qual a variável dependente, o log do salário ou renda do trabalho, é regredida nos anos de escolaridade da pessoa e outros controles. O retorno da educação demonstra uma discriminação positiva dos trabalhadores formais estrangeiros no Brasil e uma convergência nas taxas de retorno entre nativos e imigrantes: a taxa de retorno internacional é de aproximadamente 37% em 2010 e cerca de 20% em 2017, enquanto a taxa de retorno dos nativos permanece constante no período, aproximadamente 15%.
Referências
BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSÔA, Samuel. Educação e desenvolvimento no Brasil; In: FERREIRA, Pedro et al. Desenvolvimento econômico: uma perspectiva brasileira. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
BESHAROV, Douglas; LOPEZ, Mark; SIEGEL, Melissa. International conference news: trends in migration and migration policy. Journal of Policy Analysis and Management, v. 32, n. 3, p. 655-660, 2013. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/42001554. Acesso em: 23/02/2020.
BOGUS, Lucia Maria; FABIANO, Maria Lucia. O Brasil como destino das migrações internacionais recentes: novas relações, possibilidades e desafios. Ponto e Vírgula - PUC SP, n. 18, pp. 126-145, 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/view/29806. Acesso em: 18/02/2020.
COSTA DE SÁ, P.R., SILVA, R. F. Desafios à inclusão dos imigrantes haitianos na sociedade brasileira. Seminar “International Migrations, Refuge and Policies”, São Paulo: UNICAMP, 2016.
DE MARIA, Pier Francesco, MORETTO, Amilton José. Inserção do imigrante latino-americano no mercado formal de trabalho brasileiro (2006-2016): características e implicações para as políticas públicas. Espacio Abierto v.27, n.3, pp. 49-73, 2018. Disponível em: http://abep.org.br/xxencontro/files/paper/111-86.pdf. Acesso em: 02/04/2020.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR MIGRATION (IOM) World Migration Report, 2018. Disponível em: https://www.iom.int/sites/default/files/country/docs/china/r5_world_migration_report_2018_en.pdf. Acesso em: 30/01/2020.
LOUREIRO, P., GALRÃO, F. Discriminação no mercado de trabalho: uma análise dos setores rural e urbano no Brasil. Economia Aplicada, v.5, n.3, pp.519-545, 2001.
MARTINE, George. A globalização inacabada: migrações internacionais e pobreza no século 21. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 19, n. 3, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392005000300001. Acesso em: 14/03/2020.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD) OECD Employment Outlook 2008. Statistical Annex. OECD: Paris, p. 358, 2008. Disponível em: http://www.oecd.org/els/emp/oecdemploymentoutlook2008.htm. Acesso em: 26/02/2020.
PATARRA, Neide Lopes Migrações internacionais: herança XX, agenda XXI. São Paulo: FNUAP, 1996.
RESENDE, M., WYLLIE, R. Retornos para a educação no Brasil: evidências empíricas adicionais. Economia Aplicada, v.10, n.3, pp.349-365, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502006000300003. Acesso em: 18/02/2020.
RIZEK, Cibele Saliba; GEORGES, Isabel; SILVA, Carlos Freire da. Trabalho e imigração: uma comparação Brasil-Argentina. Lua Nova n.79, pp.111-142, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-64452010000100006&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 26/03/2020.
SACHSIDA, A, LOUREIRO, P., MENDONÇA, M. Um estudo sobre o retorno em escolaridade no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v.58, n.2, pp.249-265, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71402004000200006&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 03/03/2020.
UEDA, E., HOFFMANN, R. Estimando o retorno em educação no Brasil. Economia Aplicada, v.6, n.2, pp.209-238, 2002.
VAN TUBERGEN, Frank; MAAS, Ineke; FLAP, Hen. The economic incorporation of immigrants in 18 western societies: origin, destination, and community effects. American Sociological Review [S.I.], v. 69, n. 5, pp. 704-727, 2004. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/3593035. Acesso em: 24/01/2020.
VILELA, Elaine Meire. Desigualdade e Discriminação de Imigrantes Internacionais no Mercado de Trabalho Brasileiro. Dados – Revista de Ciências Sociais: Rio de Janeiro, v. 54, n. 1, pp. 89 – 128, 2011. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/187079262.pdf. Acesso em: 02/03/2020.
VILELA, Elaine Meire; SAMPAIO, Daniela Portela. Um olhar sobre as autorizações de permanência a estrangeiros no Brasil, entre 2005 e 2011. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 32, n. 1, p. 25-48, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-30982015000100025. Acesso em: 03/01/2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) durante o processo editorial informando que o artigo está em processo de publicação, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).