Entre cinzas e brasas que resistem

50 anos de antropologia e lutas políticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/rcs.51.3.e01

Palavras-chave:

Pesquisa, Política, Eleições, Trabalhadores do Campo, Museu Nacional

Resumo

Trata-se de uma entrevista com Moacir Palmeira, a partir de duas conversas gravadas, a primeira em agosto de 2018, e a segunda em julho de 2019. O texto aqui apresentado é uma edição combinada dos dois momentos distintos, antes e depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018, local em que Palmeira trabalhou durante 40 anos. Se no primeiro momento, havia a preocupação com o contexto político, e os cortes de verbas para as agências de financiamento à ciência já eram dramáticos, na segunda entrevista algumas perdas descritas por Moacir são irreparáveis. Foram consumidos no fogo do incêndio 50 anos de arquivos de pesquisas etnográficas iniciadas desde que ele ingressou como professor no Museu. 

Biografia do Autor

Moacir Palmeira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Moacir Gracindo Soares Palmeira é Doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris (1971). É professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador 1 A do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq). Exerce suas atividades no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, UFRJ, Rio de Janeiro, desde 1970. Atualmente, é um dos coordenadores do projeto ?Memória Camponesa?, voltado para o registro visual e sonoro de depoimentos de líderes e militantes das lutas anteriores a 1964 e daquelas do período de resistência ao regime militar. É também um dos responsáveis pelo projeto ?Sociedade e Economia do Agronegócio?, uma tentativa de dar conta de todo o (os) conjunto (s) de posições e de oposições sociais que permitem o chamado agronegócio existir como existe.

Geísa Mattos, Universidade Federal do Ceará

Professora de Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal do Ceará, Pesquisadora visitante no Programa Ethnicity, Race, and Migration, Yale University (New Haven, United States), de dezembro de 2019 a março de 2020. Pós-doutorado no PhD Program in Sociology, City University of New York (United States) com bolsa da Fundação CAPES, de setembro de 2015 a agosto de 2016. Faz parte do Laboratório de Pesquisas em Política, Educação e Cultura (Lepec). Atua na linha de pesquisa Cultura, Política e Conflitos Sociais, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia. É autora de artigos publicados sobre movimentos sociais contra o racismo e a violência policial, com pesquisas de campo no Rio de Janeiro e em Nova York sobre essa temática. Publicou A Favor da Comunidade. Modos de viver a política no bairro (Campinas, Pontes, 2012), originalmente tese de Doutorado em Sociologia desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UFC. Graduada em Comunicação Social, também é professora nos cursos de Graduação em Jornalismo e Publicidade na UFC, onde ensina a disciplina Sociologia e Comunicação, com foco nos novos padrões de interação social e de movimentos sociais na era das redes sociais digitais. Pesquisa atualmente racismo, branquitude, movimentos contra a violência policial, movimentos sociais urbanos, ativismo em redes sociais digitais, feminismo. Orienta monografias de graduação em Ciências Sociais, Jornalismo e Publicidade, dissertações e teses no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC.

Referências

BARREIRA, Irlys. Chuva de papéis. Rituais e símbolos de campanhas eleitorais no Brasil. São Paulo: Relume Dumará, 1998.

PALMEIRA, Moacir. Latifundium et Capitalisme au Brésil: lecture critique d'un débat. Tese de Doutorado, Université René Descartes, URD, França. Orientação: François Bourricaud, 1971.

PALMEIRA, Moacir. Política e tempo: nota exploratória. In: PEIRANO, Marisa (org.). O Dito e o Feito. Ensaios de Antropologia dos Rituais. Rio de Janeiro, Relume Dumará/ Núcleo de Antropologia da Política (NuAP), 2001.

PALMEIRA, Moacir; HEREDIA, Beatriz. Os Comícios e a Política de Facções, Anuário Antropológico n.94. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.

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Publicado

2020-11-01

Como Citar

Palmeira, M., & Mattos, G. (2020). Entre cinzas e brasas que resistem : 50 anos de antropologia e lutas políticas . Revista De Ciências Sociais, 51(3), 359–383. https://doi.org/10.36517/rcs.51.3.e01