Intensificação do Trabalho e Qualidade de Vida no Trabalho: uma conciliação possível?

Autores

  • Ariane Serpeloni Tavares Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

DOI:

https://doi.org/10.29148/labor.v1i18.31590

Palavras-chave:

Intensificação do trabalho, Qualidade de Vida no Trabalho, Conciliação trabalho-família.

Resumo

Este ensaio tem como objetivo contribuir para o debate sobre a possibilidade de concretização do conceito de qualidade de vida no trabalho (QVT) diante do processo de intensificação laboral que se verifica na contemporaneidade. Por meio de consulta a resultados de pesquisas que tratam dos efeitos do processo de intensificação laboral sobre os trabalhadores, este artigo revela que, embora as empresas busquem promover QVT por meio de políticas e práticas que visam melhorar a satisfação do trabalhador, os mecanismos de intensificação do trabalho que são adotados com vistas a aumentar a produtividade geram resultados na direção oposta àqueles desejados pelas políticas de QVT. Desta forma, conclui-se que se torna inviável garantir a qualidade vida no trabalho genuína diante do processo de intensificação labora


ABSTRACT

This essay aims to contribute to the debate about the possibility of achieving the concept of quality of work life (QWL) in face of the labor intensification process that is taking place in contemporary times. Through literature review of researches that deal with the effects of labor intensification on workers, this article reveals that, although companies seek to promote QWL through policies and practices aimed to improve worker satisfaction, the mechanisms of work intensification adopted to increase productivity generate results in the opposite direction to those desired by QWL policies. Thus, it is concluded that becomes unfeasible to guarantee genuine quality of work life in face of the labor intensification process.

 

Keywords: Work Intensification, Quality of Work Life, Work-family Conflict.

Biografia do Autor

Ariane Serpeloni Tavares, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Titulação: Mestre em Desenvolvimento Regional – Universidade Federal do Tocantins. Atividade atual: Estudante de Doutorado – Programa de Pós-graduação em Psicologia – Universidade Federal de São Carlos

Referências

AREOSA, J. Riscos e Sinistralidade Laboral: um estudo de caso em contexto organizacional. 2010. 436f. Tese (Doutorado em Sociologia) - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Lisboa, Portugal, 2010.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2009.

BOSWELL, W.; OLSON-BUCHANAN, J. The use of communication technologies after hours: the role of work attitudes and work-life conflict. Journal of Management, v. 33, p. 592-610, ago. 2007. Disponível em: <http://jom.sagepub.com/content/33/4/592.abstract>. Acesso em 20 out. 2016.

BURKE, R. J.; FIKSENBAUN, L. Work hours, work Intensity, and work addiction: costs and benefits. In: BURKE, R. J.; COOPER, C. L. (Eds.) The long work hours culture: causes, consequences and choices, United Kingdon: Emerald, 2008, p. 3-36.

CAVAZOTTE, F. S. N.; LEMOS, A. H. C.; BROLLO, M. S. Trabalhando melhor ou trabalhando mais? Um estudo sobre usuários de smartphones corporativos. O&S, Salvador, v.21, n.68, p. 769-788, jan./mar. 2014. Disponível em: <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/9956>. Acesso em 15 out. 2016.

CHEN, L.; NATH, R. A socio-technical perspective of mobile work. Information Knowledge Systems Management, v. 7, p. 41-60, 2008. Disponível em: . Acesso em 02 out. 2016.

CHESLEY, N. Blurring boundaries? Linking technology use, spillover, individual distress, and family satisfaction. Journal of Marriage and Family, v. 67, p. 1237-1248, 2005. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1741-3737.2005.00213.x/epdf>. Acesso em 20 out. 2016.

DAL ROSSO, S. D. Mais trabalho!: a intensificação do labor na sociedade contemporânea. São Paulo: Boitempo, 2008.

DAL ROSSO, S. Ondas de intensificação do labor e crises. Perspectivas, São Paulo, v. 39, p. 133-154, jan./jun. 2011. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/4755>. Acesso em 20 out. 2016.

FERNANDES, E. C. Qualidade de vida no trabalho: como mediar para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996.

FERREIRA, M. C. Qualidade de vida no trabalho. In: CATTANI, Antonio D.; HOLZMANN, Lorena (orgs.). Dicionário de trabalho e tecnologia. 2ed. rev. ampl., Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011, p. 285-289.

GUÉRIN, F.; LAVILLE, A.; DANIELLOU, F.; DURAFFOURG, J.; KERGUELEN, A. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.

GREENHAUS, J. H.; BEUTELL, N. J. Sources of conflict between work and family roles. Academy of Management Review, v. 10, p. 76–88, 1985. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/258214>. Acesso em 10 mar. 2016.

GREEN, F. It's been a Hard Day's Night: the concentration and intensification of work in late twentieth-century Britain. British Journal of Industrial Relations, v. 39, n. 1, p. 53-80, mar. 2001. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1467-8543.00189/abstract>. Acesso em 20 out. 2016.

GREEN, F. Why has work effort become more intense? Industrial Relations, v. 43, n. 4, p. 709-741, 2004. Disponível em : <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.0019-8676.2004.00359.x/abstract> Acesso em 15 out. 2016.

KELLIHER, C.; ANDERSON, D. Doing more with less? Flexible working practices and the intensification of work. Human Relations, v. 63, n. 1, p. 83-106, 2010. Disponível em: <http://hum.sagepub.com/content/63/1/83.abstract>. Acesso em 15 out. 2016.

MENDES, J. M. R. Acidente de trabalho. In: CATTANI, Antonio D.; HOLZMANN, Lorena (orgs.). Dicionário de trabalho e tecnologia. 2ed. rev. ampl., Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011, p. 24-27.

MORIN, E. M. Os sentidos do trabalho. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.41, p. 8-19, jul-set 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v41n3/v41n3a02.pdf>. Acesso em 10 mar. 2016.

PADILHA, V. Qualidade de vida no trabalho num cenário de precarização: a panaceia delirante. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 549-563, nov. 2009/fev.2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462009000300009>. Acesso em 12 ago. 2016.

PREMEAUX, S. F.; ADKINS, C.L.; MOSSHOLDER, K. W. Balancing work and family: a field study of multi-dimensional, multi-role work-family conflict. Journal of Organizational Behavior, v. 28, p. 705-727, 2007. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Sonya_Premeaux/publication/229729165_Balancing_Work_and_Family_A_Field_Study_of_Multi-Dimensional_Multi-Role_Work-Family_Conflict/links/55d5f3bb08aed6a199a373e7.pdf>. Acesso em 20 out. 2016.

SADIR, M. A.; LIPP, M. E. N. As fontes de stress no trabalho. Revista de Psicologia da IMED, v. 1, n. 1, p. 114-126, 2009. Disponível em: <https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/16>. Acesso em 10 mar. 2016.

SCOPINHO, R. A. Qualidade de vida versus condições de vida: um binômio dissociado. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 599-607, nov. 2009/fev.2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-77462009000300013&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 15 ago. 2016.

SILVA, J. M; MATOS, F. R. N. Qualidade de Vida no Trabalho e Produtividade na Indústria da Castanha. In: EnANPAD, Anais..., Atibaia: ANPAD, 2003. Disponível em: < http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/enanpad_2003/COR/2003_COR2009.pdf>. Acesso em 08 jun. 2016.

TOLFO, S.R.; PICCININI, V.C. As melhores empresas para trabalhar no Brasil e a qualidade de vida no trabalho: disjunções entre a teoria e a prática. Revista de Administração Contemporânea, v. 5, n. 1, p. 165-193, jan-abr 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v5n1/v5n1a10>. Acesso em 02 fev. 2016.

Van der HULST, M. Long hours and health. Scandinavian Journal of Work, Environment and Health, v. 29, n. 3, p. 171-188, 2003. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12828387>. Acesso em 02 fev. 2016.

Van der HULST, M.; van VELDHOVEN, M.; BECKERS, D. Overtime and need for recovery in relations to job demands and job control. Journal of Occupational Health, v. 48, p. 11-19, 2006. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16484758>. Acesso em 02 fev. 2016.

WALTON, R. E. Improving the quality of work life. Harvard Business Review, p. 12-16, mai./jun. 1974.

WHITE, M.; HILL, S.; MCGOVERN, P.; MILLS, C.; SMEATON, D. High performance management practices, working hours and work-life balance. British Journal of Industrial Relations, v. 41, n. 2, p. 175-195, June, 2003. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Deborah_Smeaton/publication/4737001_High_Performance_Management_Practices_Working_Hours_and_Work-Life_Balance/links/0f3175316184cabbe6000000.pdf>. Acesso em 20 out. 2016.

Downloads

Publicado

2017-12-31

Como Citar

TAVARES, Ariane Serpeloni. Intensificação do Trabalho e Qualidade de Vida no Trabalho: uma conciliação possível?. Revista Labor, [S. l.], v. 1, n. 18, p. 61–74, 2017. DOI: 10.29148/labor.v1i18.31590. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/labor/article/view/31590. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.