O SABER FAZER ESCOLHAS BEM INFORMADAS E A GESTÃO BIOPOLÍTICA DOS CONSUMIDORES NA CONTEMPORANEIDADE

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29148/labor.v2i21.41267

Palabras clave:

Educação Financeira, Sujeito Consumidor, Tecnologias do Eu

Resumen

Examino o modo como tem sido operacionalizada a educação financeira, instituída como Política Pública do Estado brasileiro pelo Decreto Federal 7.397/2010, atentando para seus efeitos na constituição dos sujeitos de consumo na contemporaneidade. Selecionei: I) o depoimento de um membro do grupo de autoajuda conhecido como Devedores Anônimos; II) o teste em um folheto disponibilizado pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON); III) o manual de Prevenção e tratamento do superendividado editado pela Escola Nacional de Defesa do Consumidor. O referencial teórico adotado na pesquisa é o pós-estruturalista e de inspiração foucaultiana. A metodologia empregada na produção e análise dos dados envolve a operação com noções como tecnologia do eu, governo, risco, entre outras. Os resultados obtidos permitiram o mapeamento de três ações – o narrar-se, o julgar-se, o dominar-se – requeridas dos indivíduos envolvidos nas atividades pedagógicas promovidas pela Estratégia Nacional de Educação Financeira. Pude inferir que as diferentes estratégias relacionadas à consciência para o consumo podem ser compreendidas como modos de conduzir a conduta dos consumidores tornando-os sujeitos confessantes - forma de instrumentalizá-los para o autogoverno.

Biografía del autor/a

Andresa Silva da Costa Mutz, Universidade Federal do Rio Grande

Professora do Dep. Interdisciplinar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutora em Educação

Raquel Salcedo Gomes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRgS

Doutora em Linguística Aplicada e Informática na Educação, Professora do Departamento Interdisciplinar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.

Citas

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Publicado

2020-04-20

Cómo citar

MUTZ, Andresa Silva da Costa; GOMES, Raquel Salcedo. O SABER FAZER ESCOLHAS BEM INFORMADAS E A GESTÃO BIOPOLÍTICA DOS CONSUMIDORES NA CONTEMPORANEIDADE. Revista Labor, [S. l.], v. 2, n. 21, p. 48–63, 2020. DOI: 10.29148/labor.v2i21.41267. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/labor/article/view/41267. Acesso em: 22 nov. 2024.

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