Abuso Sexual Incestuoso: desvio, crime e resiliência
Palavras-chave:
Abuso Sexual Incestuoso, Resiliência, Família, Infância e AdolescênciaResumo
O artigo analisa narrativas de vítimas de abuso sexual incestuoso na infância, captadas através de relatos autobiográficos de jovens egressos do projeto Vira Vida, do SESI. O objetivo é compreender o fenômeno do abuso sexual incestuoso, bem como relações familiares, impacto da revelação e caminhos traçados para a superação. A metodologia inclui história oral com dois casos exemplares e revisão da literatura especializada. Discutimos a violência sexual nas relações familiares, o impacto da denúncia na vida das vítimas e a possibilidade da resiliência nesses casos de abuso sexual. Consideramos que relações sexuais envolvendo pai-adulto e filho-criança-adolescente estão sujeitas a sanções formais e informais. Examinamos como os jovens pesquisados ressignificam família, violência e estigmas relacionados ao abuso, bem como reflexos desse passado em suas vidas. Concluímos que o abuso sexual incestuoso desencadeia profundas transformações para todos os envolvidos, mas que um caminho para o bem-estar das vítimas é possível.
Referências
AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. de A.; VAICIUNAS, N. Incesto
ordinário: a vitimização sexual doméstica da mulher-criança e suas
conseqüências psicológicas. In AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. de A.
(orgs.). Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. São
Paulo: Cortez, 2005. p. 195-209.
BECKER, H. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro:
Zahar, 2008.
BELLONI, M. L. O que é sociologia da infância. Campinas-SP: Autores
Associados, 2009.
BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Secretaria de Estado
de Assistência Social. PORTARIA Nº 878, de 03 de dezembro de 2001.
Estabelece diretrizes e normas do programa Sentinela e dá outras providências.
Diário Ofi cial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 dez. 2001.
BUTLER, S. A conspiração do silêncio. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
CALS, R. C. et al. Direitos de crianças e adolescentes – guia de atendimento.
Fortaleza: CEDECA, 2007.
CENTRO DE DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(CEDECA). Relatório de monitoramento da política para infância e adolescência
no município de Fortaleza. Fortaleza: CEDECA, 2010. Disponível em:
<http://www.cedecaceara.org.br/noticias/456>. Acesso em: 07 de set. 2010.
COHEN, C. O incesto. In ______. AZEVEDO, L. A.; GUERRA, V. N. A
(orgs.). Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. 4ª ed. São
Paulo: Cortez, 2005. p. 211-225.
DAY, V. P. et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações.
Rev. psiquiatr. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S0101-
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 abr. 2012.
DIAS, M. B. A justiça e a invisibilidade do incesto. JUS navigandi, Jul. 2006.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8692>.
Acesso em: 07 set. 2010.
DOSSIÊ. Violência de gênero contra meninas. Porto Alegre, 2005. 86p.
DURHAM, E. R. Família e Reprodução. Perspectivas antropológicas da
mulher. Vol. 3. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983.
ECA. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Nº 8.069, 1990. Fortaleza:
FUNCI, 2009.
ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado.
Coleção Bases. 2ª edição. São Paulo: Global editora, 1985.
FURNISS, T. Abuso sexual da criança: uma abordagem multidisciplinar,
manejo terapia e intervenção legal integrados. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993.
HEGEL, G. W. F. Princípios da fi losofi a do direito. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
JUNQUEIRA, M. F. P. S., DESLANDES, S. F. Resiliência e maus tratos
à criança. Cadernos de Saúde Pública, n. 19, p. 227-235, jan-fev. 2003.
KOFES, S. Experiências sociais, interpretações individuais: histórias de
vida, suas possibilidades e limites. Cadernos Pagu, n. 3, p. 117-141,
Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/pagu/sites/www.ifch.
unicamp.br.pagu/fi les/pagu03.06.pdf. Acesso em: 29 abr. 2012.
KRISTENSEN, C. H. Abuso sexual em meninos. Dissertação de mestrado.
Curso de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento, Instituto de
Filosofi a e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 1996.
LÉVI-STRAUSS, C. As estruturas elementares de parentesco. 4ª edição.
Petrópolis-RJ: Vozes, 2008.
OPS. Organización Panamericana de la Salud. Informe mundial sobre la
violencia y la salud. Washington, D.C.: OPS, 2003.
NORONHA, M.G.R.C.S.; et al. Resiliência: nova perspectiva na Promoção
da Saúde da Família? Ciência & Saúde Coletiva, 14(2):497-506, 2009.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n2/a18v14n2.pdf. Acesso
em: 14 fev. 2013.
PIRES FILHO, Moacyr Ferreira. Abuso sexual em meninos: a violência
intrafamiliar através do olhar de psicólogo que atende em instituições.
Curitiba: Juruá, 2009.
RANGEL, P. C. Abuso sexual intrafamiliar recorrente. Curitiba: Juruá,
SAFIOTTI, H. I. B. Incesto e abuso incestuoso. In Associação Brasileira de
Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e Juventude. Acervo Direitos
da Criança e do Adolescente. s.d.. Disponível em: <http://www.abmp.org.br/
textos/48.htm>. Acesso em: 10 set. 2010.
SAFIOTTI, H. I. B. Exploração sexual de crianças. In: AZEVEDO, M. A.;
GUERRA, V. N. de A. Crianças vitimizadas: a síndrome do pequeno poder.
São Paulo: Iglu Editora, 1989. p. 49-95.
SAFIOTTI, H. I. B. O Poder do macho. São Paulo: Editora Moderna, 1987.
SANCHES, R. N.; MINAYO, M. C. S. Violência contra crianças e
adolescentes: questão histórica, social e de saúde. In BRASIL. Ministério da
Saúde. Violência faz mal à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004 (p. 29-
(Série B. Textos básicos de saúde).
SDH. Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza. Depoimento especial de
crianças e adolescentes: uma abordagem diferenciada às vítimas de violência
sexual. Fortaleza: Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (Rede
Aquarela), 2011.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).